Horto Medicinal

Nome Científico: Rosmarinus officinallis L

Rosmarinus advém da denominação latina: ros - marinus, que significa rosa do mar ou ainda orvalho que vem do mar, justificado pelas flores azuis que alcançam as praias do mediterrâneo.

Nome Popular: alecrim da horta.

O seu nome vulgar em português, tem origem no árabe: Ikleel al-Jabal, que significa coroa das montanhas.

Símbolo: amizade.

Origem: Mediterrâneo.

Muito conhecida no Brasil.

Curiosidades

Durante centenas de anos, na Europa, o alecrim foi associado com a memória.

Na peça Hamlet, de Shakespeare (ato IV, cena 5), Ofélia mostra um ramo de alecrim para seu irmão Laertes e diz: “Ali está um alecrim, ele é para lembrança: reze, ame e lembre...”.

Dizem que quando a sagrada família fugiu para o Egito com Maria levando em seus braços o menino Jesus, as flores do caminho iam se abrindo à medida que eles passavam por elas. O lilás ergueu seus galhos orgulhosos e emplumados, o lírio abriu seu cálice. O alecrim, sem pétalas nem beleza, entristeceu lamentando não poder agradar o menino. Cansada, Maria parou à beira do rio e, enquanto a criança dormia, lavou suas roupinhas. Em seguida, olhou a seu redor, procurando um lugar para estendê-las: o lírio quebrará sob o peso, e o lilás é alto demais. Colocou-as então sobre o alecrim e ele suspirou de alegria, agradeceu de coração a nova oportunidade e as sustentou ao sol durante toda a manhã. “Obrigada, gentil alecrim”! Disse Maria. Daqui por diante ostentarás flores azuis para recordarem o manto azul que estou usando. E não são apenas flores que te dou em agradecimento, mas todos os galhos que sustentaram as roupas do pequeno Jesus serão aromáticos. “Eu abençoo folha, caule e flor, que a partir deste instante terão aroma de santidade e emanarás alegria.”

Foi com de seus ramos floridos que o jovem príncipe despertou a Bela Adormecida de seu sono de 100 anos.

Os sicilianos ensinavam para suas crianças que as fadas meninas gostam de se transformar em serpentes e brincar à sombra dos alecrins cheirosos.

Muitos povos acreditam que a planta só floresce no jardim do homem justo e piedoso.

Há ainda a lenda que diz que, se uma casa possuir um arbusto de alecrim à porta e este arbusto for abundante, esta família é muito hospitaleira.

O poder do alecrim já era conhecido na Grécia Antiga: colocavam-se ramos de alecrim sobre as cabeças, pois se acreditava que a erva era capaz de auxiliar na memória e raciocínio, trazendo bons pensamentos. Estudantes gregos usavam grinaldas de alecrim para melhorar sua memória quando se preparavam para exames.  Até mesmo os túmulos tinham a erva colocada sobre eles, pois acreditavam que o ente falecido ficaria na memória das pessoas.

Para os gregos e os romanos, o alecrim simbolizava amor e morte e essas associações permaneceram com a planta através dos tempos.

Os primeiros arbustos foram introduzidos nos Alpes pelos monges, sendo muito populares nos jardins monásticos.

Acreditava-se também que crescia à altura de Cristo em 33 anos, e depois disso tornava-se mais larga, porém não mais alta.

O rei Carlos Magno, século IV, ordenou que o alecrim fosse plantado em todos os jardins de seu império.  

Algumas mulheres no mediterrâneo secam suas vestes brancas em cima do Alecrim, não somente porque o sol faz o alecrim liberar um aroma agradável à roupa, mas porque também é bom para espantar traças.

Costumava-se queimar alecrim resinoso no quarto dos doentes para purificar o ar, e espalhar os ramos nos tribunais, a fim de afastar a febre das cadeias (tifo).

Durante a peste, era transportado em bolsinhas, em volta do pescoço, que se cheiravam quando se viajava por zonas suspeitas.

Religioso

Em templos e igrejas, o alecrim é queimado como incenso desde a antiguidade.

Na Igreja Ortodoxa grega, o seu óleo é utilizado até nossos dias para unção.

Nos cultos de religiões afro, como umbanda e candomblé, é utilizado em banhos e como incenso.

O poder do alecrim está ligado diretamente à proteção. É utilizado por diversas culturas como um amuleto para não deixar a casa, o trabalho e a família ao relento.

Costuma-se encontrar a erva em arranjos com outras plantas, tal como o vaso de sete ervas:  proteção e limpeza energética.

A crendice popular usa o alecrim para afastar olho gordo, como erva da juventude eterna, do amor, amizade e alegria de viver.

Na magia, colocado debaixo do travesseiro afasta maus sonhos.

Tocar com alecrim na pessoa amada faz ter seu amor para sempre. Com fama de reforçar a memória, logo se tornou o emblema da fidelidade dos amantes.

Erva da juventude eterna, do amor, da amizade e da alegria de viver: a ciência reconhece esse seu poder já há muito tempo, tanto na parte física quanto na mental.

Uso: folhas, inflorescência, óleo essencial.

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Medicinal

Propriedades Medicinais

Antisséptica, antioxidante, anti seborreica, cicatrizante, reguladora da pressão arterial, vasodilatadora, hepatoprotetora, colagoga, colerética, eupéptica, anti-hemorroidária, carminativa, imunoestimulante, antidepressiva, tônica, antinflamatória, reguladora menstrual e emenagoga, expectorante, mucolítica e antinflamatória das vias aéreas, diurética leve.

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Indicações

Na antiguidade foi uma das primeiras ervas empregada na medicina, usado por reis e rainhas, sendo venerado por seu aroma e propriedades medicinais.

Usada na insuficiência cardíaca leve, flatulência, como tônica da circulação sanguínea e do sistema nervoso,

Rico em minerais: potássio, cálcio, sódio, magnésio e fósforo.

Sua ingestão favorece a perda de peso por ter ação diurética.

Estudos apresentam que extratos de alecrim podem prevenir a replicação de células cancerígenas, inibindo assim o crescimento tumoral.

Pesquisas feitas com extrato de alecrim em ratos apresentaram o efeito embriotóxico, causando o aborto.

Combate a tosse, tose com catarro gripe e asma.

Auxilia o tratamento de dores reumáticas e contusões.

O chá é digestivo aliviando os sintomas da má digestão, auxilia na limpeza do fígado, reduz gazes intestinal.

A tintura diluída em água serve para bochechos contra o mau hálito, aftas, estomatites e gengivites.

Auxilia a menstruação e alivia as cólicas menstruais.

Combate o stress: conhecido por relaxar os nervos e acalmar os músculos.

Aumenta o fluxo sanguíneo estimulando o cérebro e a memória. Por conter ácido carnósico, um ácido com propriedade antioxidante essencial para o sistema nervoso, ajuda a lidar com situações de stress, estafa mental.

Tratamento de hemorroidas

O sumo seco e o pó das folhas ajudam na cicatrização de feridas.

Contraindicações

 Chá ou tintura de alecrim são contra indicados para mulheres grávidas ou em lactação, menores de 12 anos, pessoas com diarreias e com histórico de convulsões

Usar com cuidado em pacientes hipertensos, embora sua ação hipertensora seja muito mais evidente nos hipotensos do que nos normotensos.

Pode alterar o sono se usado a noite, antes de dormir.

Contraindicação relativa em diabéticos, pois pode provocar hiperglicemia.

Pacientes com adenomas prostáticos.

Pode diminuir o limiar convulsogeno em paciente epilépticos (canfora).

Dermatite e foto sensibilidade podem ocorrem em pacientes mais sensíveis.

Aromaterapia

Obtido pela primeira vez em 1330, por Ramon Llull. A partir de então ficou popularmente conhecido pela famosa "água da rainha da Hungria": água de colônia usada para lavagem facial pela rainha Elizabeth da Hungria que usava diariamente como loção rejuvenescedora.

Seus óleos essenciais favorecem a produção de neurotransmissores responsáveis pelo bem estar.

Estudos mostraram certa influência do óleo essencial do alecrim sobre a memória. Foi observado em voluntários que quando expostos ao aroma do óleo essencial apresentaram um significante melhor desempenho em um teste de memória.

Os diferentes quimiotipos se devem ao clima, altitude, solo, etc.

Alecrim qt Cânfora

Extração a vapor da erva. Origem Espanha.

Terapêutica: antinflamatória, contratura muscular, mialgia, entorse, luxação, dor localizada por esforço e esportivo.

Aromacológico – Óleo do Atleta -  auxilia o fluir do movimento antes e após atividade física.

Dermatológica: acne, caspa, queda de cabelo, varizes, flebite.

Alecrim qt Cineol

Extração a vapor da erva. Origem Tunísia.

Terapêutica: digestivo, dor de cabeça, dor muscular e reumática, expectorante, hemorroida e varizes, otite e hipertensora.

Aromacológico - Óleo do Estudante - estimula a memória, revigora, alegria, anima, combate a letargia mental, o cansaço físico, antidepressivo, prepara a mente e o corpo para o dia a dia.

Dermatológica: útil na oleosidade da pele, acne, caspa, queda de cabelo, piolho e sarna, adstringente, protege a pele no pós-barba e pós-depilatório. 

Alecrim qt verbenona

Extração por arraste da erva. Origem Brasil

Terapêutica: hepatoestimulante, desintoxicante do fígado e vesícula biliar, útil em distúrbios hormonais na TPM, pré e pós-menopausa.

Aromacológico- Óleo do Bom Humor - restaura a energia vital, equilibra oscilações do humor devido a mudanças hormonais, acalma e relaxa.

Dermatológica: tônico cutâneo repara o ressecamento da pele madura, regenerador celular.

Existe ainda o óleo essencial do Alecrim sem distinção dos quimiotipos.

Culinária

Usado por cozinheiros e boticários desde os tempos mais remotos.

Fresco preferencialmente ou seco, é apreciado na preparação de aves, caça, carne de porco, salsichas, linguiças e batatas assadas.

Na Itália é utilizado em assados de carneiro, cabrito e vitela.

Em churrascos, recomenda-se espalhar um bom punhado sobre as brasas do carvão aceso, perfumando a carne e difundindo um agradável odor no ambiente.

Pode ser utilizado ainda em sopas e molhos.

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Cosmético

Indicado como fortificante do couro cabeludo, anti caspa e contra a queda de cabelo.

Devido seu alto teor em antioxidantes, ajuda a aumentar a circulação sanguínea, quando aplicada nas áreas capilares.

Maceração: água, folhas de alecrim, raízes de urtiga e bardana, ajudam o cabelo crescer e escurecer.

Outros Usos

Devido à sua atratividade estética e razoável tolerância à seca, é utilizado em arquitetura paisagista, para vedação de jardim, especialmente em áreas com clima mediterrânico.

De fácil cultivo, tem boa tolerância a pragas. É facilmente podado em diferentes formas e tem sido utilizado em topiaria: arte de podar plantas em formas ornamentais.

Inseticida natural, plantado na horta protege as outras plantas.

Ramos de alecrim frescos, colocados entre as roupas defendem-nas de ataque de traças.

Na varanda, nas janelas, em lugares com grande circulação de ar, qualquer lugar é próprio para o alecrim.

De aroma agradável perfuma o ambiente com sua energia positiva.

Aspecto Botânico

Família Lamiaceae. 

Arbusto perene com altura média de 1,2 m de altura, muito ramificado, sempre verde, com hastes lenhosas.

Folhas pequenas e finas, opostas, lanceoladas, pontiagudas.

Flores reúnem-se em espiguilhas terminais e são de cor azul ou esbranquiçada. Floresce quase todo o ano e não necessita de cuidados especiais nos jardins.

O fruto é um aquênio: seco.

Toda a planta exala um aroma forte e agradável.

Quando cultivado em vasos, deverá ser mantido de preferência aparado, de forma a evitar o crescimento excessivo e a perda de folhas nos seus ramos interiores e inferiores, o que poderá torná-lo um arbusto sem forma e rebelde.

Propagação a partir de uma planta já existente, através do corte de um ramo.

Aranto

Nome Científico: Kalanchoe daigremontiana Raym. Hamet & H. Perrier. 
Nome Popular: fortuna, mãe de milhares, calanchoê, planta chapéu
mexicano, planta jacaré, planta panda, planta maternidade, espinha do
diabo.
Faz jus ao seu apelido, produzindo milhares de mudas à velocidade
da luz.
No exterior:  chandelier plant, planta candelabro.
Origem: Madagascar
Foi introduzida na América pelos negros escravizados, que já
conheciam o seu valor terapêutico.
Hoje é encontrado em toda a América do Sul, especialmente na
Amazônia.
Uso: folhas. 
Medicinal
Propriedades Medicinais
Analgésicas e cicatrizantes
Indicações
Câncer, ferimentos de pele, problemas de estômago, gastroenterite,
diarreia, trombose, ansiedade, depressão, amigdalites, faringites,
reumatismo, doenças inflamatórias e infecciosas, diarreia, febres, tosses.
Análises químicas das kalanchoes, incluindo o aranto, comprovam
possuírem substâncias benéficas ao organismo, como quercetina,
flavonoides e ácidos fenólicos.
São utilizadas pela população da África e das Américas no tratamento
de infecções e inflamações.
Em feridas é tradicionalmente utilizada para acelerar o processo de
cicatrização.

Por possuir ações sedativas é usado em pacientes com doenças
psiquiátricas como os ataques de pânico e a esquizofrenia.
No tratamento do câncer, é mais conhecida pela população da
Argentina, Colômbia e Paraguai, devida sua potencial propriedade
citotóxica, atacando as células cancerígenas. Porém, até o momento,
ainda não há comprovações científicas suficientes desse benefício com o
consumo direto de suas folhas. São poucos os estudos confiáveis sobre
suas propriedades farmacológicas. A maioria é feita in vitru, ou seja, com
células isoladas. “As pesquisas não chegaram à fase clínica, que testa os
efeitos terapêuticos em seres humanos”, de acordo com o diretor da
Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual de
Campinas e membro da Câmara Técnica de Fitoterápicos da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Contraindicação
Todas as partes da planta são muito tóxicas, pois contém uma
potente substância neurotóxica, cardiotóxica e miotóxica, a
daigremontianina, que pode provocar a morte de pessoas ou animais de
forma aguda ou crônica, dependendo da dosagem.
Há riscos de intoxicação com o consumo acima de 5 g/dia/Kg. 
Há relatos de animais afetados por este composto tóxico, na África
do Sul, onde o aranto ocorre em abundância, na natureza.
Mulheres grávidas, pois pode interferir nas contrações uterinas.
Crianças. Pessoas com hipoglicemia e pressão baixa.
Outros Usos
Efeito ornamental e curioso das folhas bordadas por inúmeros
brotinhos. Aspecto exótico que remete a filmes de ficção científica.
No paisagismo, seu aspecto curioso pode ser ainda mais valorizado
quando plantada em jardins de pedra, com inspiração desértica, e em
amplos canteiros contemporâneos, cobertos com pedriscos, valorizando
suas cores.
Aspecto Agronômico
Família Crassulaceae, mesma das suculentas.
Kalanchoes, suculenta, de fácil reprodução que vive bem em regiões
tropicais e subtropicais.
Caule ereto que pode atingir até 1 m de altura.
Plantas adultas também podem desenvolver raízes laterais envoltas
ao seu caule principal. Possui vários nós com 2 ou 3 folhas em cada nó.

Folhas são opostas, estreitas, pontiagudas, serrilhadas, suculentas, de
formato oblongo a lanceolado e com comprimento entre 15 a 20 cm. A cor
pode variar bastante, entre o verde, o creme e o cinza na face superior e
uma quantidade maior ou menor de manchas roxas na face inferior. Ao
longo das margens das folhas, ela produz uma organizada fileira de
pequenos brotos, que podem emitir raízes antes mesmo de se destacarem
da planta. As folhas pesadas da parte superior do caule podem fazer com
que a planta se curve e assim, ao tocar o solo, raízes adventícias surgem,
desenvolvendo um novo caule ereto, e desta forma, crescendo uma nova
planta independente.
Flores: o caule principal se alonga bem acima da folhagem,
desenvolvendo uma inflorescência terminal, em forma de guarda-chuva
com pequenas flores com forma de sino de cor rosa acinzentada ou
laranja. Observa-se que em climas com diferenças sazonais distintas de
temperatura a floração é mais frequente. Floração, não é um evento anual
e irá ocorrer esporadicamente. Podem passar por um longo período de
floração.
Ao contrário do que acontece com outras suculentas, que precisam
de um  berçário  específico para que suas folhas produzam novos brotos, o
aranto irá se multiplicar independentemente de qualquer cuidado que
tenhamos, até mesmo contra a nossa vontade.
Propagação por estaquia das folhas, do caule e por sementes, além
de ser uma planta vivípara, que gera espontaneamente novas mudas no
entorno, através da separação dos pequenos brotos que crescem ao longo
das folhas.

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